Quixadá-CE,
Janeiro de 2017
RESUMO: Atualmente, vivenciamos uma época em
que as pessoas buscam incansavelmente a manutenção e o aperfeiçoamento de suas
capacidades funcionais, já que essas contribuem de forma expressiva para a elevação
da resistência e da força muscular, da autoestima e da autoconfiança, da independência
e da autonomia funcional do idoso na realização de suas atividades diárias e
ainda, favorece à socialização. O principal objetivo deste Projeto é ratificar
de forma proativa, por meio de revisão bibliográfica, os benefícios do
treinamento de força praticado de forma sistemática e regular, para o retardo
do declínio da capacidade funcional associado ao envelhecimento. Baseado nesses
dados foi possível elencar atividades que possam se adequar às necessidades dos
idosos e possibilitar uma melhoria desses aspectos psicossociais e de saúde em
geral.
Palavras-chave: Idoso. Treinamento de Força. Saúde.
1.
INTRODUÇÃO.
No contexto histórico atual,
observa-se um aumento considerável e crescente da população idosa, que envolve
diversas variáveis influenciando, significativamente, na ascensão da
expectativa de vida.
Outro aspecto relevante é o
incentivo à prática de atividades físicas como forma de prevenir e controlar as
doenças crônico-degenerativas que geralmente se apresentam com mais frequência
na terceira idade.
A
Organização Mundial de Saúde (OMS) define “envelhecimento ativo” como sendo a
participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais
e civis, e não somente a capacidade de estar fisicamente ativo ou fazer parte
da força de trabalho. Já a “autonomia funcional” diz respeito a manutenção das
funções corporais, que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas,
sem problemas e de forma independente, na realização de suas atividades
diárias, tais como: andar, sentar, vestir-se, subir escadas, agachar, etc, e, classifica cronologicamente como
idoso, pessoas com mais com mais de 60 anos em países em desenvolvimento
(Brasil) e com mais de 65 anos, em países desenvolvidos. (BRASIL, 2005).
A Lei Federal brasileira Nº 10.741,
de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, em seu Artigo
1º, considera idoso as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Para a
Associação Brasileira de Geriatria, que lida com a prevenção e o tratamento de
doenças e da incapacidade em idosos, a pessoa só é considerada de terceira
idade após os 75 anos.
Segundo as estatísticas anuais da
Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa de vida no mundo aumentou em média seis anos, entre 1990 e
2012 e comprovam que no Brasil, a
expectativa de vida é de 68 anos para homens e de 75 anos para mulheres,
enquanto a média mundial de expectativa de vida para mulheres é de quatro (04)
anos a mais que os homens. (2014). De acordo com o último CENSO
feito pelo IBGE, existiam em nosso país 22 milhões de idosos, estimando-se que
em 2022, serão 35 milhões (BRASIL, 2010). (BRASIL, 2010).
Na contemporaneidade o
sedentarismo é um fator preocupante, que atinge diferentes faixas etárias, em
todas as camadas sociais, abrangendo significativamente a população idosa. Os
idosos sedentários têm flexibilidade e movimentos limitados, o que provoca a diminuição
da sua autonomia. Dentre os dados de uma pesquisa feita recentemente pelo
Ministério da Saúde brasileiro, está o de que atualmente quarenta e seis por
cento (46%) da população atual brasileira é considerada “sedentária”, gerando
uma preocupação com o envelhecimento e mais precisamente com as condições
funcionais do idoso, o que não é um fenômeno da sociedade contemporânea já que
algumas teorias biológicas e sociais no passado, tentaram conhecer o fenômeno
do envelhecimento e a forma de se chegar à esta fase da vida com a autonomia e
independência preservadas. (BRASIL, 2014).
As perdas progressivas de
força costumam deixar os idosos incapacitados para realizarem suas tarefas mais
simples do dia-a-dia, o que os fazem se tornarem, na maioria das vezes,
dependentes dos que os cercam. Isto, resulta numa redução da qualidade de vida
dos mesmos, que se sentem improdutivos e acabam por se considerarem inúteis
(BARBANTI, 2002).
O treinamento resistido (musculação) pode não
representar necessariamente uma “fonte da juventude”, porém estudos comprovam
que o treinamento de força praticado de forma sistemática e regular melhora a
função e a estrutura muscular, articular e óssea em qualquer idade; até porque,
em idosos, os principais benefícios do desenvolvimento muscular estão
diretamente ligados a melhora da capacidade funcional geral e da mobilidade, já
que promove benefícios diretos e indiretos ao indivíduo. Como os resultados
desse tipo de treinamento são cada vez mais positivos, constata-se que houve um
aumento considerável no número de programas de treinamento resistido voltados
para os idosos (FARINATTI, 2008).
2.
OBJETIVO GERAL.
Ratificar
a relação entre os benefícios proporcionados pela prática sistemática e regular
de exercícios resistidos e o retardo do declínio da capacidade funcional/independência
dos idosos.
3.
METODOLOGIA.
Este
trabalho é uma Pesquisa de
natureza Bibliográfica indireta, embasada em livros, artigos e publicações
científicas. Segundo Núbia M. Garcia Bastos (2003), a Pesquisa Bibliográfica explica
um problema a partir de referências teóricas. Baseia-se na análise da
literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas,
imprensa escrita e até disponibilizada na internet, possibilitando que novas conclusões
sejam estabelecidas a respeito do assunto abordado.
4.
JUSTIFICATIVA.
As estatísticas anuais da Organização
Mundial da Saúde (OMS) comprovam que a expectativa de vida no mundo aumentou em média seis (06) anos entre
1990 e 2012 e, que o Brasil já considerado um País de idosos. Diante dessa
realidade, precisamos de uma ferramenta como o treinamento de força, para
proporcionar benefícios para a saúde e para a qualidade de vida da população
que se enquadra nessa faixa etária, já que a prática sistemática e regular de
exercícios resistidos, dentre outros benefícios, melhora a função neurológica,
aumenta a resistência e a força muscular localizada e os efeitos positivos do
metabolismo energético, melhora o equilíbrio e a coordenação nas atividades da
vida diária, reduz o percentual de gordura corporal, reduz a perda da densidade óssea e muscular, favorece a socialização, melhora a autoestima e a autoconfiança e acima de tudo, promove o alívio dos
sintomas da depressão. O idoso brasileiro tem o direito á cultura, esporte e lazer, garantido legalmente pela Lei Federal N.º 10.741, de 01 de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), "in verbis":
Art 20 - O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição e idade.
ALGUMAS ATIVIDADES ALTERNATIVAS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
(PRATICADAS AO AR LIVRE/EM CONTATO COM A NATUREZA):
“ESCOTISMO: É a prática de atividades em contato com a
natureza, respeitando e explorando o meio-ambiente (Baden Powell). O Escotismo
foi uma contribuição do Método Ginástico Inglês para a Ginástica contemporânea,
surgido a partir de 1800 (século XIX) durante o Movimento Ginástico Europeu
(processo de sistematização dos exercícios militares e das práticas esportivas
populares)”.
1 - Hidroginástica - É uma
atividade aeróbia que envolve um grande grupo de músculos em movimentos
repetitivos, sem exigir o máximo do corpo, permitindo assim, a sua realização
por longos períodos de tempo, já que aproveita a resistência da água, como sobrecarga. Independente do grau de aptidão física, o
objetivo maior é o condicionamento físico, com reeducação respiratória. A Hidroginástica também melhora a postura, a coordenação motora e o equilíbrio e ainda, aumenta a
capacidade de resistência ao estresse e melhora o relaxamento. Atualmente, a Hidroginástica
é a atividade mais procurada pelos idosos na área da Educação Física.
2 - Hidrobike
- Esforço com conforto = O
praticante vai pedalar com o mesmo esforço do Spinning (programa de treinamento
cardiovascular, praticado sobre uma bicicleta estacionária) mas com o
conforto da hidroginástica, pois combina
esses dois exercícios e dá mais segurança para a prática. Essa atividade exige
força e resistência muscular, com a vantagem de não possuir impacto. O
Hidrobike é muito indicado para os idosos e para a recuperação de lesões, pois
dentre outros, traz benefícios para todas as pessoas, tais como: melhora o
condicionamento físico; melhora a capacidade cardiorrespiratória; fortalece os
músculos e aumenta a mobilidade das articulações; ajuda na perda de peso e na
redução das medidas; modela o corpo, deixando-o com mais curvas; reduz
celulite; tonifica as pernas, os glúteos e a barriga; diminui as dores do
corpo; melhora a autoestima; etc. Além de tudo, também é divertida de praticar.
3 - Caminhada
- O melhor
exercício aeróbico para idosos, sem dúvida é a caminhada, por não implicar em
riscos maiores à saúde, por adequar-se a cada caso, além de não haver uma
necessidade de revisão médica para quem é saudável. Por ser um exercício
aeróbico, de baixa intensidade e longa duração, a caminhada traz diversos
benefícios à saúde. A caminhada realizada em grupo é mais atraente para o
idoso. Aumenta a socialização e o controle do cansaço é mais efetivo, pois os
idosos fiscalizam uns aos outros e não deixam que o companheiro ultrapasse os
limites.
4 - Dança Livre - Desenvolve a capacidade
coordenativa, melhora a noção espaço-temporal, a capacidade motora, articular e
cardiorrespiratória e o eixo de equilíbrio.
5 - Caminhadas
ecológicas e/ou passeios turísticos na cidade e região - Como uma atividade educativa e recreativa, incorporam princípios ecológicos práticos que visam com
essas atividades, desenvolver o espírito crítico dos idosos, o respeito e a
consciência de preservação da natureza/meio-ambiente, o espírito de equipe, a
cooperação entre pares, aguçando sua sensibilidade para a história local e
regional, bem como, para o conhecimento da importância do lazer para uma vida
saudável e com qualidade.
5.
CONCLUSÃO.
O
processo de envelhecimento é um fato natural, progressivo e previsível, o que
faz com que esse segmento etário tenha demandas específicas para a obtenção de
adequadas condições de vida. Tais demandas fizeram da terceira idade um tema
privilegiado de investigações nas distintas áreas do conhecimento, em especial,
no ramo da Educação Física, elevando consideravelmente o volume de obras
publicadas nos últimos tempos.
Assim,
pode-se concluir que um envelhecimento saudável está diretamente ligado à
manutenção da autonomia e independência, que constituem bons indicadores de
saúde, principalmente para a população de mais idade, tendo a prática
sistemática e regular de exercícios resistidos como um elemento capaz de
proporcionar ao idoso as condições ideais de vida para sua plena autonomia
funcional e para um envelhecimento com uma melhor qualidade de vida.
“Ninguém envelhece apenas por viver
certo número de anos. As pessoas envelhecem por abandonarem seus ideais. Os
anos fazem rugas na pele. Desistir do entusiasmo, porém, faz rugas na alma”.
(Radha Soami).
6.
REFERÊNCIAS.
BARBANTI, Valdir José. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. 2. Ed. São Paulo: Edgard
Blücher, 1997.
BASTOS, Núbia Maria Garcia. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. Fortaleza-CE, 2003.
BASTOS, Núbia Maria Garcia. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. Fortaleza-CE, 2003.
FERREIRA, Flares Luiz Braga et al. A Atividade Física como
fator de influência na Autonomia Funcional de Idosos no município de Quixadá-CE. Quixadá,
CE, 2015.
FERREIRA,
Flares Luiz Braga, PEREIRA, Andréa de Freitas. Atividade Física e Saúde na Terceira Idade: Um Conteúdo Curricular
Optativo/Obrigatório nos Cursos de Graduação em Educação Física da Faculdade
Católica Rainha do Sertão, de Quixadá-CE. Quixadá, CE, 2015.
FERRINATTI, Paulo de Tarso Veras. Promoção da Saúde e Exercício: Bases Teóricas e Metodológicas. Vol.
1. Baruerí, SP: Manole, 2008.
Lei Federal Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). Presidência da República. Brasília, 2003.
Lei Federal Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). Presidência da República. Brasília, 2003.
PROJETO
AFRID - Atividades Físicas e Recreativas
para a Terceira Idade. Faculdade de Educação Física da Universidade Federal
de Uberlândia-MG,1989.