terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

PROJETO JOVENS DE ONTEM: O TREINAMENTO DE FORÇA PARA A SAÚDE E AUTONOMIA FUNCIONAL DO IDOSO!


PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA: FLARES LUIZ BRAGA FERREIRA - www.flaresluiz.blogspot.com.br


Quixadá-CE, Janeiro de 2017

RESUMO: Atualmente, vivenciamos uma época em que as pessoas buscam incansavelmente a manutenção e o aperfeiçoamento de suas capacidades funcionais, já que essas contribuem de forma expressiva para a elevação da resistência e da força muscular, da autoestima e da autoconfiança, da independência e da autonomia funcional do idoso na realização de suas atividades diárias e ainda, favorece à socialização. O principal objetivo deste Projeto é ratificar de forma proativa, por meio de revisão bibliográfica, os benefícios do treinamento de força praticado de forma sistemática e regular, para o retardo do declínio da capacidade funcional associado ao envelhecimento. Baseado nesses dados foi possível elencar atividades que possam se adequar às necessidades dos idosos e possibilitar uma melhoria desses aspectos psicossociais e de saúde em geral.

Palavras-chave: Idoso. Treinamento de Força. Saúde.


1. INTRODUÇÃO.
No contexto histórico atual, observa-se um aumento considerável e crescente da população idosa, que envolve diversas variáveis influenciando, significativamente, na ascensão da expectativa de vida.
Outro aspecto relevante é o incentivo à prática de atividades físicas como forma de prevenir e controlar as doenças crônico-degenerativas que geralmente se apresentam com mais frequência na terceira idade.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define “envelhecimento ativo” como sendo a participação contínua nas questões sociais, econômicas, culturais, espirituais e civis, e não somente a capacidade de estar fisicamente ativo ou fazer parte da força de trabalho. Já a “autonomia funcional” diz respeito a manutenção das funções corporais, que os idosos apresentam para decidir e atuar em suas vidas, sem problemas e de forma independente, na realização de suas atividades diárias, tais como: andar, sentar, vestir-se, subir escadas, agachar, etc, e, classifica cronologicamente como idoso, pessoas com mais com mais de 60 anos em países em desenvolvimento (Brasil) e com mais de 65 anos, em países desenvolvidos. (BRASIL, 2005).
A Lei Federal brasileira Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, que dispõe sobre o Estatuto do Idoso, em seu Artigo 1º, considera idoso as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. Para a Associação Brasileira de Geriatria, que lida com a prevenção e o tratamento de doenças e da incapacidade em idosos, a pessoa só é considerada de terceira idade após os 75 anos.
Segundo as estatísticas anuais da Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa de vida no mundo aumentou em média seis anos, entre 1990 e 2012 e comprovam que no Brasil, a expectativa de vida é de 68 anos para homens e de 75 anos para mulheres, enquanto a média mundial de expectativa de vida para mulheres é de quatro (04) anos a mais que os homens. (2014). De acordo com o último CENSO feito pelo IBGE, existiam em nosso país 22 milhões de idosos, estimando-se que em 2022, serão 35 milhões (BRASIL, 2010). (BRASIL, 2010).
Na contemporaneidade o sedentarismo é um fator preocupante, que atinge diferentes faixas etárias, em todas as camadas sociais, abrangendo significativamente a população idosa. Os idosos sedentários têm flexibilidade e movimentos limitados, o que provoca a diminuição da sua autonomia. Dentre os dados de uma pesquisa feita recentemente pelo Ministério da Saúde brasileiro, está o de que atualmente quarenta e seis por cento (46%) da população atual brasileira é considerada “sedentária”, gerando uma preocupação com o envelhecimento e mais precisamente com as condições funcionais do idoso, o que não é um fenômeno da sociedade contemporânea já que algumas teorias biológicas e sociais no passado, tentaram conhecer o fenômeno do envelhecimento e a forma de se chegar à esta fase da vida com a autonomia e independência preservadas. (BRASIL, 2014).
As perdas progressivas de força costumam deixar os idosos incapacitados para realizarem suas tarefas mais simples do dia-a-dia, o que os fazem se tornarem, na maioria das vezes, dependentes dos que os cercam. Isto, resulta numa redução da qualidade de vida dos mesmos, que se sentem improdutivos e acabam por se considerarem inúteis (BARBANTI, 2002).
O treinamento resistido (musculação) pode não representar necessariamente uma “fonte da juventude”, porém estudos comprovam que o treinamento de força praticado de forma sistemática e regular melhora a função e a estrutura muscular, articular e óssea em qualquer idade; até porque, em idosos, os principais benefícios do desenvolvimento muscular estão diretamente ligados a melhora da capacidade funcional geral e da mobilidade, já que promove benefícios diretos e indiretos ao indivíduo. Como os resultados desse tipo de treinamento são cada vez mais positivos, constata-se que houve um aumento considerável no número de programas de treinamento resistido voltados para os idosos (FARINATTI, 2008).

2. OBJETIVO GERAL.
Ratificar a relação entre os benefícios proporcionados pela prática sistemática e regular de exercícios resistidos e o retardo do declínio da capacidade funcional/independência dos idosos.

3. METODOLOGIA.
Este trabalho é uma Pesquisa de natureza Bibliográfica indireta, embasada em livros, artigos e publicações científicas. Segundo Núbia M. Garcia Bastos (2003), a Pesquisa Bibliográfica explica um problema a partir de referências teóricas. Baseia-se na análise da literatura já publicada em forma de livros, revistas, publicações avulsas, imprensa escrita e até disponibilizada na internet, possibilitando que novas conclusões sejam estabelecidas a respeito do assunto abordado.

4. JUSTIFICATIVA.
As estatísticas anuais da Organização Mundial da Saúde (OMS) comprovam que a expectativa de vida no mundo aumentou em média seis (06) anos entre 1990 e 2012 e, que o Brasil já considerado um País de idosos. Diante dessa realidade, precisamos de uma ferramenta como o treinamento de força, para proporcionar benefícios para a saúde e para a qualidade de vida da população que se enquadra nessa faixa etária, já que a prática sistemática e regular de exercícios resistidos, dentre outros benefícios, melhora a função neurológica, aumenta a resistência e a força muscular localizada e os efeitos positivos do metabolismo energético, melhora o equilíbrio e a coordenação nas atividades da vida diária, reduz o percentual de gordura corporal,  reduz a perda da densidade óssea e muscular, favorece a socialização, melhora a autoestima e a autoconfiança e acima de tudo, promove o alívio dos sintomas da depressão. O idoso brasileiro tem o direito á cultura, esporte e lazer, garantido legalmente pela Lei Federal N.º 10.741, de 01 de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso), "in verbis":

      Art 20 - O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e serviços que respeitem sua peculiar condição e idade.


ALGUMAS ATIVIDADES ALTERNATIVAS NA ÁREA DA EDUCAÇÃO FÍSICA (PRATICADAS AO AR LIVRE/EM CONTATO COM A NATUREZA):

ESCOTISMO: É a prática de atividades em contato com a natureza, respeitando e explorando o meio-ambiente (Baden Powell). O Escotismo foi uma contribuição do Método Ginástico Inglês para a Ginástica contemporânea, surgido a partir de 1800 (século XIX) durante o Movimento Ginástico Europeu (processo de sistematização dos exercícios militares e das práticas esportivas populares)”.

1 - Hidroginástica - É uma atividade aeróbia que envolve um grande grupo de músculos em movimentos repetitivos, sem exigir o máximo do corpo, permitindo assim, a sua realização por longos períodos de tempo, já que aproveita a resistência da água, como sobrecarga. Independente do grau de aptidão física, o objetivo maior é o condicionamento físico, com reeducação respiratória. A Hidroginástica também melhora a postura, a coordenação motora e o equilíbrio e ainda, aumenta a capacidade de resistência ao estresse e melhora o relaxamento. Atualmente, a  Hidroginástica é a atividade mais procurada pelos idosos na área da Educação Física.


2 - Hidrobike - Esforço com conforto = O praticante vai pedalar com o mesmo esforço do Spinning (programa de treinamento cardiovascular, praticado sobre uma bicicleta estacionária) mas com o conforto  da hidroginástica, pois combina esses dois exercícios e dá mais segurança para a prática. Essa atividade exige força e resistência muscular, com a vantagem de não possuir impacto. O Hidrobike é muito indicado para os idosos e para a recuperação de lesões, pois dentre outros, traz benefícios para todas as pessoas, tais como: melhora o condicionamento físico; melhora a capacidade cardiorrespiratória; fortalece os músculos e aumenta a mobilidade das articulações; ajuda na perda de peso e na redução das medidas; modela o corpo, deixando-o com mais curvas; reduz celulite; tonifica as pernas, os glúteos e a barriga; diminui as dores do corpo; melhora a autoestima; etc. Além de tudo, também é divertida de praticar.


3 - Caminhada - O melhor exercício aeróbico para idosos, sem dúvida é a caminhada, por não implicar em riscos maiores à saúde, por adequar-se a cada caso, além de não haver uma necessidade de revisão médica para quem é saudável. Por ser um exercício aeróbico, de baixa intensidade e longa duração, a caminhada traz diversos benefícios à saúde. A caminhada realizada em grupo é mais atraente para o idoso. Aumenta a socialização e o controle do cansaço é mais efetivo, pois os idosos fiscalizam uns aos outros e não deixam que o companheiro ultrapasse os limites.


4 - Dança Livre - Desenvolve a capacidade coordenativa, melhora a noção espaço-temporal, a capacidade motora, articular e cardiorrespiratória e o eixo de equilíbrio.


5 - Caminhadas ecológicas e/ou passeios turísticos na cidade e região - Como uma atividade educativa e recreativa, incorporam princípios ecológicos práticos que visam com essas atividades, desenvolver o espírito crítico dos idosos, o respeito e a consciência de preservação da natureza/meio-ambiente, o espírito de equipe, a cooperação entre pares, aguçando sua sensibilidade para a história local e regional, bem como, para o conhecimento da importância do lazer para uma vida saudável e com qualidade.
            

5. CONCLUSÃO.
O processo de envelhecimento é um fato natural, progressivo e previsível, o que faz com que esse segmento etário tenha demandas específicas para a obtenção de adequadas condições de vida. Tais demandas fizeram da terceira idade um tema privilegiado de investigações nas distintas áreas do conhecimento, em especial, no ramo da Educação Física, elevando consideravelmente o volume de obras publicadas nos últimos tempos.
Assim, pode-se concluir que um envelhecimento saudável está diretamente ligado à manutenção da autonomia e independência, que constituem bons indicadores de saúde, principalmente para a população de mais idade, tendo a prática sistemática e regular de exercícios resistidos como um elemento capaz de proporcionar ao idoso as condições ideais de vida para sua plena autonomia funcional e para um envelhecimento com uma melhor qualidade de vida.
“Ninguém envelhece apenas por viver certo número de anos. As pessoas envelhecem por abandonarem seus ideais. Os anos fazem rugas na pele. Desistir do entusiasmo, porém, faz rugas na alma”. (Radha Soami).
6. REFERÊNCIAS.
BARBANTI, Valdir José. Teoria e Prática do Treinamento Esportivo. 2. Ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1997. 
BASTOS, Núbia Maria Garcia. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. Fortaleza-CE, 2003.
FERREIRA, Flares Luiz Braga et al. A Atividade Física como fator de influência na Autonomia Funcional de Idosos no município de Quixadá-CE. Quixadá, CE, 2015.
FERREIRA, Flares Luiz Braga, PEREIRA, Andréa de Freitas. Atividade Física e Saúde na Terceira Idade: Um Conteúdo Curricular Optativo/Obrigatório nos Cursos de Graduação em Educação Física da Faculdade Católica Rainha do Sertão, de Quixadá-CE. Quixadá, CE, 2015.
FERRINATTI, Paulo de Tarso Veras. Promoção da Saúde e Exercício: Bases Teóricas e Metodológicas. Vol. 1. Baruerí, SP: Manole, 2008.
Lei Federal Nº 10.741, de 1º de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso). Presidência da República. Brasília, 2003.
PROJETO AFRID - Atividades Físicas e Recreativas para a Terceira Idade. Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia-MG,1989.

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